"E então suas feições – sempre perfeitas, eternizadas naquele rosto adolescente dos meus sonhos – suas feições se modificaram.
Eu vi seus lábios se entreabrirem como se ele estivesse com sede;
os dentes afiados visíveis ao luar.
Os olhos se nublaram por uns instantes e ele não estava exatamente ali; aquilo me assustou, pois eu nunca o vira antes daquela forma.
Naquele momento ele era exatamente o predador perigoso contra
o qual ele sempre me alertava, que sempre o preocupava.
E então ele voltou, e se afastou de mim.
Me senti solitária. Soltei o suspiro que estava prendendo, e o observei procurando alguma reação, alguma pista de como ele estava se sentindo. Ficou imóvel como uma estátua, olhando para o horizonte.
Depois olhou para mim com uma expressão vaga e distante.
Eu precisava dizer algo, e foi o que meu coração
sentia como verdade absoluta.
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