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sábado, 25 de dezembro de 2010

Nunca pensei que fosse possível

Nunca pensei que fosse possível, mas uma dor atravessou o sítio onde deveria estar o meu coração quando virei costas e corri o mais velozmente possível de Bella. Fugi do meu amor, da minha vida, do meu sol.

Talvez eu estivesse a tomar uma atitude errada, talvez as coisas não tivessem de ser assim, mas nunca, nunca mais, iria causar qualquer dor física ou emocional a Bella, por aquilo que eu sou.

Porque eu sou um monstro, um vampiro, uma criatura sobrenatural e mítica que nem sequer deveria de existir.

Mas eu tinha-a deixado…

Uma dor mais forte apoderou-se de mim e senti-me fraco. Fraco como se fosse um humano que estivesse todo o dia a trabalhar, fraco e triste como se o meu sol já se tivesse posto á muito tempo. Angustiado porque tinha deixado para trás tudo aquilo que esperei durante os meus 109 anos.

Não sei quanto tempo aguentarei assim, longe de Bella e estou mal porque a última recordação que agora tenho dela é de uma jovem, frágil e humana, com o coração em ferida e a chorar, e tudo isso por causa de mim! Eu! O parvo e doentio vampiro!

É certo que existem outras recordações - já não bastava sermos umas criaturas sedentas, havíamos também de ter memórias fotográficas – de Bella a sorrir, do seu lindo e encantador rubor, mas esta ultima imagem dela, os nossos últimos momentos é que me preenchem a mente e senti-me cada vez pior.

Tentei imaginar Bella. Como estaria ela agora? Será que iria pensar em mim durante muito tempo? Tentei dizer a mim mesmo que não. Que Bella ia esquecer-me, que ia ter uma vida longa e feliz com um humano, talvez o Mike Newton e que eu seria um passado dela; mas sempre que pensava assim, voltava a sentir uma dor física que mal me deixava correr.

Se fosse humano estaria a suar com toda a tensão, preocupação, dor e angústia que estava a sentir neste momento.

Continuei a correr, sem ter um rumo certo. O que sabia é que não ia voltar para a minha família, não era capaz… Eu queria estar sozinho. Só e melancólico. Não queria que a minha família visse o quanto estou a sofrer e o quão estúpido e burro sou. Não quero que a minha família me olhe com pena e não quero mesmo ouvir os seus pensamentos solidários em relação a mim.

Quero estar sozinho, a levar com as consequências de ser o monstro que sou.

Porque mesmo amando uma humana de uma forma quase doentia e obcecada eu não deixo de ser o vampiro e ela a humana.

E sei que ela merece um futuro bastante melhor do que aquele que algum dia eu lhe poderia dar.

Parei de repente.

E se fosse humano, estaria a chorar agora.

Se fosse humano …

Arranquei uma árvore do chão e atirei-a com toda a força que tinha para a frente, derrubando mais três ou quatro árvores.

O meu telemóvel tocou; provavelmente Alice já sabia qual era a minha decisão e queria falar comigo.

Desliguei o telemóvel e comecei de novo a correr, invocando as minhas melhores memórias com Bella e tentando a tudo o custo evitar aquele bichinho curioso que se encontrava na minha cabeça e me perguntava o porquê de eu não voltar para Bella, de novo.


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